Nasci na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Sou aquariana, de 19 de fevereiro. Sem tendências para as migrações continentais, preferi a vida mais calma que ainda se pode levar no País dos Nordestinos. Dentre as opções oferecidas pela própria região, decidiram por mim que, a partir de 1 ano de idade, eu iria morar numa cidade muito amada: Fortaleza-Ceará. Verdadeiramente apaixonada por essa cidade, moro nela até hoje.
Meninei pela rua Dragão do Mar até os 13 anos, banhando-me nas águas cálidas da Praia de Iracema, em frente ao histórico bar Estoril, que mais tarde freqüentaria nas noites de boemia e onde também coordenaria o projeto Poemas Violados, roda de poesia intercalada por música ao violão da (quem diria!) minha filha Aline Costa.
Levada da praia de Iracema por meus pais, ainda olhei longe o mar, antevendo que um dia adotaria uma outra praia, dessa vez Lagoinha, recanto lindo onde gosto de ir nos feriadões para ler, meditar, orar, escrever, tomar sol e também umas cervejinhas que ninguém é de ferro, nem mesmo o poeta de Itabira, Drumond de Andrade.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.E lastimava, ignorante, a falta.Hoje não a lastimo.Não há falta na ausência.A ausência é um estar em mim.E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada,ninguém a rouba mais de mim.
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: — Em que espelho ficou perdida a minha face?
Se você quiser adivinhar o mistério, Paulinho, experimente você mesmo franzir o nariz para ver se dá certo. É capaz de você mesmo descobrir a solução, porque menino e menina entendem mais de coelho do que pai e mãe. Quando você descobrir me conta.
Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a Lua toda brilha, porque alta vive.
Se tu me amas, ama-me baixinho. Não o grites de cima dos telhados. Deixa em paz os passarinhos. Deixa em paz a mim! Se me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda.